domingo, 23 de janeiro de 2011

Quintanares

Primeira contribuição aqui. A proposta é trazer um pouco de poesia, literatura, música, cinema e etc. E sem enrolações, vamos ao que interessa.

E logo de começo, apresento a quem desconhece, e relembro aos iniciados, a poesia do (na minha opinião!) mais admirável poeta brasileiro: Mário Quintana

Quintana, o Poeta das Coisas Simples
Homem solitário por toda vida (não teve mulher ou filhos), Quintana, talvez por causa desse distanciamento, tinha uma visão privilegiada do mundo, uma visão profunda imortalizada em poesias sobre a vida cotidiana.
Com sua verve irônica, Quintana brincava e muitas vezes debochava de alguns temas considerados sérios, como a morte, em, O Conto Azul, publicado em A Vaca e o Hipogrifo:

A morte é tão antiquada
que sempre entra pela porta da rua
e sobe só pelas escadas.
Mandei pensando nisso fazer uma escada de caracol
para que ela chegasse tonta ao meu quarto
- coisa de rir!
Ela se deixaria então cair na primeira cadeira,
arfando...


Ao longo de um tempo postarei aqui alguns dos poemas mais conhecidos e interessantes de Quintana.
Mas só pra provocar, um dos pensamentos de ironia  exemplar do “Poeta das Coisas Simples”:

Cartaz para uma feira do livro
Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.

Por isso que certa feita, o grande Manuel Bandeira lhe escreveu:

Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.

Quinta-essência de cantares…
Insólitos, singulares…
Cantares? Não! Quintanares!




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