Primeira contribuição aqui. A proposta é trazer um pouco de poesia, literatura, música, cinema e etc. E sem enrolações, vamos ao que interessa.
E logo de começo, apresento a quem desconhece, e relembro aos iniciados, a poesia do (na minha opinião!) mais admirável poeta brasileiro: Mário Quintana
Quintana, o Poeta das Coisas Simples |
Homem solitário por toda vida (não teve mulher ou filhos), Quintana, talvez por causa desse distanciamento, tinha uma visão privilegiada do mundo, uma visão profunda imortalizada em poesias sobre a vida cotidiana.
Com sua verve irônica, Quintana brincava e muitas vezes debochava de alguns temas considerados sérios, como a morte, em, O Conto Azul, publicado em A Vaca e o Hipogrifo:
A morte é tão antiquada
que sempre entra pela porta da rua
e sobe só pelas escadas.
Mandei pensando nisso fazer uma escada de caracol
para que ela chegasse tonta ao meu quarto
- coisa de rir!
Ela se deixaria então cair na primeira cadeira, arfando...
que sempre entra pela porta da rua
e sobe só pelas escadas.
Mandei pensando nisso fazer uma escada de caracol
para que ela chegasse tonta ao meu quarto
- coisa de rir!
Ela se deixaria então cair na primeira cadeira, arfando...
(Poema completo aqui: http://quintanaeterno.blogspot.com/2009/12/conto-azul.html)
Ao longo de um tempo postarei aqui alguns dos poemas mais conhecidos e interessantes de Quintana.
Mas só pra provocar, um dos pensamentos de ironia exemplar do “Poeta das Coisas Simples”:
Cartaz para uma feira do livro
Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.
Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.
Por isso que certa feita, o grande Manuel Bandeira lhe escreveu:
Meu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
Quinta-essência de cantares…
Insólitos, singulares…
Cantares? Não! Quintanares!
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